sexta-feira, 13 de julho de 2012

2.

Quanto tropeço,
lágrima e soluço desmedido
sem motivo
repentino
me rasga, me corta, me dilacera
durante a madrugada,
assim, do nada.

Quanto suspiro,
gozo e grito lancinante
em meio ao fogo
de surpresa
me morde, me aperta, me engole
em plena luz do dia,
assim, do nada.

Quanto sorriso,
gargalhada e falta de ar sem tamanho
sob o céu sem nuvens
a qualquer hora
me faz em piada, me prega peça, me faz cócegas,
enquanto espera o sinal abrir
assim, do nada.

Quanta lembrança,
a cada passo, uma vida toda pela frente,
no mundo inteiro,
o tempo todo,
comigo anda, comigo cai, comigo levanta,
mas não é assim, do nada.

É só assim.
Por tudo isso.
E pelo que mais tiver por aí.

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