em becos já de longa data conhecidos
complicados, mas mapeados
pura desgraça que acaricia na noite gelada
e que se afasta quando o fogo se cria?
Profissionalmente humana,
aprendi a não ter medo e a me meter no que não devia
conheço assim os podres dessa raça, pois todos eles me pertencem,
e sendo bem sincera, deles quase me sinto filha.
Gente que tão fácil se impressiona
e vê, desenhado nas linhas de uma mão, todo um mundo a ser vivido,
mas que vivido nunca será por pura indisposição
pois estarei andando por outro lugar
sem lembrar sequer do seu nome
já que, sinceramente, isso não me interessa.
Como posso eu me perder
se sou parte da humanidade e ela é parte minha
se conheço cada centímetro de minha pele cansada
e está toda a humanidade fadada também à desgraça que faço sozinha?
Não, eu não me perco mais.
Tudo isso é muito óbvio,
e graça, na verdade, nunca teve.
E sendo só mais uma criminosa egoísta,
não esqueço minhas luvas e de mim não sobra rastro.
Ninguém me viu passar por aqui,
ninguém sabe que te matei a sangue frio.
E vou embora por entre as vielas,
sangue escorrendo pelas pernas
e toda a minha culpa se resumindo
a ter deixado a janela aberta e me esquecido da chuva.
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